
Em um marco histórico para a biotecnologia, cientistas da empresa norte-americana Colossal Biosciences anunciaram a recriação do lobo terrível (Aenocyon dirus), espécie extinta há aproximadamente 10 mil anos. O feito foi possível graças à engenharia genética avançada, utilizando DNA antigo extraído de fósseis datados entre 13 mil e 72 mil anos.  
Os pesquisadores sequenciaram o material genético e editaram genes de lobos cinzentos modernos para incorporar características do lobo terrível, como maior porte e robustez. Os embriões resultantes foram implantados em cadelas domésticas, culminando no nascimento de três filhotes: Romulus, Remus e Khaleesi. Atualmente, os animais vivem em uma reserva natural nos Estados Unidos, sob monitoramento constante.   
O lobo terrível, que ganhou notoriedade na cultura pop como inspiração para os lobos gigantes da série “Game of Thrones”, era uma espécie distinta dos lobos modernos, com estrutura óssea mais robusta e mandíbula poderosa. Sua extinção é atribuída a mudanças climáticas e à competição com outras espécies predadoras.
A Colossal Biosciences, cofundada pelo biólogo George Church, tem como objetivo aplicar técnicas semelhantes para reviver outras espécies extintas, como o mamute lanoso e o tigre-da-tasmânia. No entanto, o projeto tem gerado debates éticos e científicos sobre as implicações de trazer de volta espécies extintas e os possíveis impactos nos ecossistemas atuais. 
Especialistas alertam para a necessidade de avaliações rigorosas sobre os riscos e benefícios dessas iniciativas, enfatizando a importância de considerar não apenas a viabilidade técnica, mas também as consequências ecológicas e éticas envolvidas.