
Avanços recentes na medicina estão transformando a forma como o câncer é tratado no Brasil e no mundo. Graças a novas terapias-alvo, imunoterapias e medicamentos personalizados, a doença deixou de ser vista apenas como uma sentença de morte e passou a ser considerada, em muitos casos, uma condição crônica controlável, afirmam especialistas.
Segundo médicos ouvidos pelo G1, pacientes que antes tinham expectativa de vida limitada agora conseguem viver por anos com qualidade, fazendo uso contínuo de tratamentos que controlam o avanço da doença. “Hoje temos pacientes com câncer metastático vivendo bem há 5, 10 anos”, destaca o oncologista Daniel Tabak.
O avanço se deve principalmente à chegada de medicamentos que atuam de forma mais precisa nas células tumorais, poupando tecidos saudáveis e reduzindo os efeitos colaterais. Além disso, o mapeamento genético dos tumores permite que os tratamentos sejam personalizados, de acordo com as características moleculares de cada paciente.
Para os especialistas, a tendência é que cada vez mais tipos de câncer passem a ser tratados como doenças crônicas, assim como já ocorre com a hipertensão ou o diabetes. No entanto, eles alertam para os desafios do acesso: muitas dessas terapias ainda são caras e não estão amplamente disponíveis na rede pública.
A expectativa é de que, nos próximos anos, com o aumento da produção nacional, inclusão de novos medicamentos no SUS e ampliação dos testes genéticos, mais brasileiros possam se beneficiar dessas inovações que vêm mudando a história do tratamento oncológico.