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Um estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que ao menos 125 mil empregos no Ceará podem ser impactados negativamente caso o ex-presidente Donald Trump volte ao comando dos Estados Unidos e implemente um novo pacote de tarifas sobre produtos importados, conforme já sinalizado em sua pré-campanha.
O levantamento, divulgado nesta terça-feira (23), analisou os efeitos de uma eventual elevação de tarifas de importação nos EUA — medida prometida por Trump para proteger a indústria norte-americana. De acordo com a CNI, diversos setores da economia cearense seriam diretamente afetados, especialmente os que mantêm relação com o mercado internacional.
Entre os segmentos mais vulneráveis estão os de couro e calçados, confecção têxtil, siderurgia e frutas. Juntos, esses setores representam uma fatia significativa das exportações cearenses e são responsáveis por milhares de postos de trabalho em todo o estado. Com a adoção das tarifas, a competitividade desses produtos nos Estados Unidos seria reduzida, o que poderia levar à queda das exportações e, consequentemente, à redução de empregos.
Além do Ceará, outros estados também seriam duramente atingidos, como São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, que concentram parte expressiva da produção industrial brasileira voltada ao mercado externo.
A CNI avalia que o cenário, embora hipotético neste momento, deve ser monitorado com atenção, já que os Estados Unidos são o segundo principal destino das exportações do Brasil. A entidade defende uma atuação mais firme do governo brasileiro na defesa dos interesses do país em fóruns internacionais, além do estímulo à diversificação de mercados e ao fortalecimento do setor industrial.
A eleição presidencial norte-americana está marcada para novembro, e Donald Trump aparece como favorito nas prévias republicanas. Caso eleito, uma nova onda de protecionismo pode ganhar força e gerar efeitos significativos sobre a economia global, com impactos diretos no Brasil.