CURIOSIDADES: HIGIENE NA IDADE MÉDIA – PARTE 2.

Foto: Reprodução (webtudo.net)

Na Idade Média não existiam escovas de dente, perfumes, desodorantes, muito menos papel higiênico, as pessoas não tomavam banho e nem lavavam as roupas!

Me abana que eu gosto

Nos filmes que retratam a época, é comum ver pessoas sendo abanadas. A explicação não está no calor, mas no mau cheiro que exalavam por debaixo das saias, que eram propositalmente feitas para conter o odor das partes íntimas, já que não havia higiene. Também não havia o costume de tomar banho devido ao frio e à quase inexistência de água encanada. O mau cheiro era dissipado pelo abanador. Só os nobres tinham lacaios para abaná-los, para dissipar o mau cheiro que o corpo e a boca exalavam, além de também espantar os insetos.

Maio, o mês das noivas

Na Idade Média, a maioria dos casamentos eram realizados coincidindo com o verão do hemisfério norte, em junho. O banho anual costumava ser feito em maio, fazendo com que o cheiro da multidão fosse mais aceitável. As mulheres também levavam buquês de flores para mascarar o cheiro. Mesmo assim, não era o suficiente. Assim nasceu a tradição que, ao final do casamento, um buquê cheiroso era jogado e apanhado por uma possível próxima noiva. Daí termos maio como “o mês das noivas”, e a explicação da origem do buquê de noiva.

O ritual do banho

Os banhos eram tomados em uma única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade, e por fim as crianças.

Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível “perder” um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês “don’t throw the baby out with the bath water”, ou seja, literalmente “não jogue o bebê fora junto com a água do banho”, que hoje se usa para os mais apressadinhos.

Chuva de cães e gatos

Os telhados das casas não tinham forro, e as vigas de madeira que os sustentavam eram o melhor lugar para os animais – cães, gatos, ratos e besouros – se aquecerem. Quando chovia, as goteiras forçavam os animais a pularem para o chão. Assim, a nossa expressão “está chovendo canivete” tem o seu equivalente em inglês em “it’s raining cats and dogs” literalmente, está chovendo gatos e cachorros.

Venenos à mesa

Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, fazendo com que muita gente morresse envenenada. Lembremo-nos de que os hábitos higiênicos, da época, eram péssimos. Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, venenosos.

Como surgiu o velório

Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo “no chão”, numa espécie de narcolepsia induzida pela mistura da bebida alcoólica com óxido de estanho.

Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estivesse morto, portanto recolhia o corpo e preparava o enterro. O corpo era então colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu o velório, que é a vigília junto ao caixão.

Salvo pelo gongo

A Inglaterra é um país pequeno onde nem sempre havia espaço para se enterrarem todos os mortos. Então os caixões eram abertos, os ossos retirados, postos em ossários, e o túmulo utilizado para outro cadáver. Às vezes, ao abrirem os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que o morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Assim, surgiu a idéia de, ao se fechar o caixão, amarrar uma tira do pulso do defunto, passá-la por um buraco feito no caixão e amarrá-la a um sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo, durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. E ele seria “saved by the bell”, ou “salvo pelo gongo”, expressão usada por nós até os dias de hoje.

Final

Nos filmes de Hollywood que retratam a Idade Média, vemos nobres abastados e belas damas maquiadas, penteadas e cheias de jóias, vestindo túnicas branquinhas. Essa imagem de bochechas rosadas e vestidos limpos que aparece nos filmes é uma farsa completa.

Nessa época, a igreja proibiu as boas práticas de higiene que se tinham na Roma Antiga, argumentando que eram pecados, caprichos, e porque, na verdade, eram hábitos muito caros.
No período entre a queda do Império Romano até a descoberta da América, a higiene pessoal não era considerada uma prioridade.

E, finalizando, não custa lembrar que o costume de tomar banho diário no Brasil foi herdado dos indígenas. Há relatos de que, quando a Corte portuguesa chegou, D. João VI ficou estarrecido com os índios entrando no mar para se banhar, acreditando que eles teriam alguma doença de pele… diz-se que ele próprio teria tomado apenas 2 banhos completos em toda sua vida.
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Fotos/Vídeos: Reprodução

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