A reabsorção dentária fisiológica, dos dentes decíduos, está geneticamente programada e define seu caráter temporário. Para este processo, ocorre a interação de fatores anatômicos, bioquímicos, mecânicos e genéticos. A rizólise (diminuição gradual e progressiva do tamanho da raiz) do dente decíduo, seguida da erupção do dente permanente, é um fenômeno considerado fisiológico e dinâmico.
A erupção normal, tanto do ponto de vista do tempo, como da posição de cada dente é um dos processos decisivos no desenvolvimento das arcadas dentárias. Pode acontecer de o dente permanente desviar do seu trajeto de erupção e nascer “por trás” do dente de leite sem deixá-lo molinho. Quando isso acontece e a radiografia mostra que não houve reabsorção radicular do dente de leite, este deve ser extraído.
Outro fator que também pode levar a retenção prolongada é a agenesia dentaria. A maior causa da agenesia é o fator genético, por isso não há muito a ser feito para preveni-la. Com a falta do dente permanente para substituir o dente de leite, frequentemente este não “cai”, podendo ficar lá por anos. Uma avaliação com o ortodontista por volta dos 6 anos e uma radiografia podem diagnosticar esse problema.
A retenção prolongada dos dentes decíduos exige atenção por parte dos pais e profissionais, pois ao impedir a erupção normal dos sucessores pode causar danos à oclusão do paciente. Especial atenção deve ser dada na substituição dos caninos e molares decíduos pelos permanentes. É importante que a erupção deste grupo de dentes obedeça a uma sequência que favoreça a oclusão.
A retenção pode ser causada por fatores locais, ambientais e hereditários, podendo levar ao desenvolvimento de más oclusões, a medida em que altera a sequência normal de erupção dos dentes permanentes. O diagnóstico e a intervenção precoce em casos de retenção prolongada dos dentes decíduos são de fundamental importância para minimizar ou até mesmo evitar danos à oclusão. E devem ser tratadas com profissionais competentes para se evitar possíveis traumas.
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