Há algum tempo, em resposta a um colunista social, defini a elegância como um todo difícil de ser julgado separadamente. Disse-lhe que é fácil definir a elegância quando a enquadramos na sua manifestação ou exteriorização mais óbvia, isto é, a elegância no vestir-se. Mas o assunto não é assim tão simples.
A elegância tem uma latitude muito maior, um sentido muito mais amplo. Abrange a boa educação, as normas de conduta e de caráter, enfim, todo um sistema de vida. Inclui desde a maneira de tratar as pessoas, expressar-se, manter as amizades, respeitar os ausentes, conduzir os negócios, dirigir um automóvel, tomar lugar num coletivo, entrar num táxi ou uber, entrar ou sair de um elevador, sentar-se e levantar-se, cumprimentar, pedir licença, agradecer, e, acima de tudo a suprema elegância de desculpar-se.
Uma pessoa elegante é aquela que veste não só de acordo com a moda e com seu tipo, mas apropriadamente para cada circunstância? Por certo sim, mas não é apenas isso. A elegância tem estreita conotação com o seu modo de ser e viver. Uma pessoa elegante, é elegante na direção do seu automóvel, na decoração de sua casa, e principalmente, no antiexibicionismo, mas é muito mais elegante (interpretando a elegância com correção). Conhecemos uma pessoa elegante na cordialidade com que trata a todos, não fala alto, não critica, não fofoca, não é desleal. E tanto mais!
De onde se deduz que, para elegância não há uma definição absoluta. Ligada como está as qualidades de gosto, de bom gosto, de educação, de correção moral e apuro social, ainda sim não é privilégio de alguns, mas de todos aqueles que estão em harmonia consigo mesmo e com próximo, com seu tempo e com o mundo em que vive.
Concluindo poderíamos dizer que a elegância é um todo indivisível, e não uma atitude circunstancial.
Rosa Carvalho – Professora Universitária