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Se a alma explode de alegria ou o peito aperta de angústia, se a situação parece não ter saída ou se um novo caminho nos desafia a mudar, o jeito mais antigo, simples e seguro de rearranjar as emoções é desabafar, relatar os fatos a alguém de confiança (procure com insistência e com critérios essa pessoa).
Quando se conta a própria história ou nosso problema, ouve-se o eco das emoções, o que está em seu interior expande. O que é realmente importante ganha forma e faz sentido. Você vê as coisas por ângulos que ainda não tinha percebido. Conecta os fatos com as emoções e aumenta a possibilidade de aceitar que a vida é um fluxo constante e que as coisas mudam a todo momento. Esses relatos nos remetem ao que é essencialmente humano: amar, nascer, morrer, querer, ganhar, perder, etc.
No livro da psicanalista americana Clarissa Pinkola Estés, “Dom da História”, ela diz “Uma coleção de histórias de culturas e, especialmente, de historias de família é considerada tão necessária para uma vida longa e saudável quanto ter alimentação, trabalho e relacionamentos razoáveis (…)”.
As histórias mais poderosas surgem em decorrência de um sofrimento terrível (aqui posso me incluir), pois a verdade é que parte de nossa história deriva da aflição. Deles, nossa, minha, sua, de alguém que conhecemos e que estamos distantes no tempo e no espaço. E, no entanto, por mais paradoxal que seja, essas mesmas histórias que brotam do sofrimento profundo podem fornecer as curas mais poderosas para males passados, presentes e futuros.
É ótimo ter alguém que nos escute com interesse e que acompanhe nossos passos ao longo dos anos, fica mais fácil aceitar a vida como ela é, pois a voz do seu coração se manifesta. As palavras de outros fazem soar como milhares de pequenos sinos cristalinos, a música eternamente viva de nosso coração.
Concluindo, poderíamos afirmar que boas conversas e o desabafo abrem o coração e mostram novos caminhos para nossas vidas.
Rosa Carvalho – Professora